21 de agosto de 2011

Delegacia de Meio Ambiente apura denúncias em Igarapé-Miri

Policiais civis da Divisão Especializada em Meio Ambiente (Dema) estiveram, nos últimos dias, em Igarapé-Miri, nordeste do Estado, para apurar denúncias de ameaças contra trabalhadores rurais e possíveis crimes ambientais na zona rural do município. A equipe policial deslocou-se até diversas localidades, entre elas a da margem do rio Cotijuba; a Marataua, situada às margens do rio Cají; e o sítio Menino Deus, no Furo do Cají, à margem direita do rio Jamurim.
Nesses locais, agricultores receberam ameaças por causa de conflitos por lotes de terra, segundo denúncias apresentadas pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais. A apuração foi aberta por solicitação da Ouvidoria Agrária Nacional. As investigações foram feitas pelos investigadores Otávio Moreira e Marco Antônio Matos, escrivão Aroaldo Silva, perito policial Paulo Alves e delegado Luiz Paulo Galrão Filho, da Delegacia de Conflitos Agrários de Belém, vinculada à Dema.
Os policiais civis estiveram inicialmente na localidade “Prainha”, onde localizaram o agricultor Aladim Correa Franco, que denunciou sofrer ameaças de morte de vários indivíduos, dentre eles o madeireiro Benedito Diniz Vinagre. Segundo apuraram os policiais, Benedito também foi denunciado por fazer a derrubada de cerca de sete mil pés de açaí e a comercialização de palmito dentro da área em litígio.
Desmatamento - Após duas horas de lancha, os policiais chegaram à localidade, onde foi feita perícia técnica na área de desmatamento que comprovou a derrubada dos açaizais. Benedito Dinis Vinagre não foi encontrado em seu lote para receber a intimação, mas a esposa dele recebeu o documento e ficou de repassá-lo ao acusado. Na localidade de Marataua, os policiais, após duas horas de viagem de barco, conversaram com outro trabalhador rural, Eufrosino de Sousa Nascimento, que afirmou estar sendo ameaçado por três pessoas.
Duas delas foram localizadas e intimadas. A outra não foi encontrada. “Na região, foram constatados indícios de crime ambiental na modalidade de extração de madeira sem a devida autorização”, explicou o delegado Luiz Paulo Filho. Os responsáveis pelos crimes ambientais serão responsabilizados criminalmente. Ainda durante a operação, a equipe da Dema ouviu os relatos do agricultor Raimundo Cardoso da Silva que alega também ter sido ameaçado por funcionários de uma fazenda, na localidade Menino Deus, no furo do Cají.
Todos os acusados foram intimados a prestar esclarecimentos sobre as denúncias. Os depoimentos dos acusados foram encaminhados ao Fórum da Comarca de Igarapé-Miri para tomada das providências cabíveis às situações. Outras operações com objetivo de apurar denúncias de ameaças contra trabalhadores rurais serão feitas no decorrer do ano.


Fonte: http://www.agenciapara.com.br

8 de agosto de 2011

Desmate "não é significativo"

Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente, disse que o aumento do desmatamento no Pará – até aqui o Estado que mais desmatou a Amazônia no balanço de junho, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) – não é significativo. Nas palavras dela, “houve um aumento no Pará, mas não é significativo, expressivo, como foi o de Mato Grosso”, disse.
Até maio, Mato Grosso era o Estado que, mês a mês, mais vinha desmatamento a floresta amazônica, o que levou à criação de um gabinete de crise para aumentar a fiscalização. “Todo o esforço de coordenação do combate ao desmatamento não está só em Mato Grosso. O gabinete de crise está no Pará, está em Rondônia, e tenho certeza que os resultados serão muito bons a partir de julho”, garantiu a ministra.
Em junho, o Pará assumiu a liderança entre os Estados que mais desmatam. Sozinho, ele respondeu por 119,6 km², mais de um terço do total na região amazônica. Em relação a maio, houve um aumento de 82,5% na área de desmatamento detectada. Parte deste salto, no entanto, pode se dever à diminuição na cobertura de nuvens na região. Em maio, cerca de 40% do Estado estavam encobertos e, em junho, este índice caiu para menos de 20%. O número, no entanto, é consideravelmente menor que o pico de devastação registrado em Mato Grosso em abril, que foi 405,5 km².
Rio+20
Izabella Teixeira participou do Simpósio Brasileiro de Construção Sustentável, em São Paulo, onde comentou sobre realização da Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável) no próximo ano, no Rio de Janeiro.
Falando a empresários e profissionais do setor de construção civil, ela reforçou a importância do envolvimento do setor privado na criação de uma economia verde. Em sua opinião, a sociedade civil tem ganhado muito espaço nas discussões e definições de políticas ambientais, ao contrário do setor governamental, que “perdeu o passo”.
Para a Rio +20, o Brasil está propondo que a sociedade tenha participação e interlocução direta com os chefes-de-estado, numa forma de tentar reforçar e reformular o funcionamento tradicional das discussões multilaterais da ONU.
A ministra destacou ainda que o Brasil, apesar de ter a maior extensão de floresta tropical do mundo, responde por apenas 4% do PIB mundial de produtos florestais. “Isso é uma vergonha”, definiu, ao defender que haveria espaço para muito mais.
Ela criticou ainda que a discussão da reforma do Código Florestal seja, em sua visão, um debate sobre uso do solo, em vez de uma discussão estratégica para o uso das florestas e a conservação da biodiversidade.


Fonte:  http://eptv.globo.com

Preservação gera controvérsias no campo

Enquanto algumas empresas, rurais e urbanas, se empenham para adotar práticas para preservação do ambiente, especialistas e ambientalistas dizem que o governo e o Legislativo ainda fazem vistas grossas para a preservação, em especial para o desmatamento.  O principal alvo dos protestos é a proposta de reforma do Código Florestal, caso se permita sua aprovação nos moldes atuais.


A derrubada da floresta e sua substituição pela agropecuária significam não só menor índice pluviométrico, mas sobretudo maior consumo de água.  "A suposta reforma do Código Florestal deu uma espécie de carta branca para o desmatamento da Amazônia, que cresceu 85% em 2011 em relação ao ano anterior para plantação da soja.  O desmatamento está ocorrendo nessa proporção e tende a se ampliar.  O aumento da seca prova a tese", diz Laerte Scanavaca Júnior, pesquisador da Área de Ambiência da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).


A derrubada da floresta, diz o pesquisador, causará danos irreversíveis.  "Se for aprovado o novo Código Florestal, muita área será desmatada provocando um efeito em cascata.  Já que as florestas preservam e conservam a água, o resultado será a falta de água.  Cerca de 50% da água que vem para as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul e chega até o meio da Argentina é procedente da Amazônia", afirma.


"Como o Brasil é um país privilegiado em recursos hídricos, não há cuidado com essa questão.  É preciso equacionar isso.  O governo faz vistas grossas a um problema gravíssimo", reforça.


O novo Código Florestal, já aprovado pela Câmara, prevê a anistia para desmatamentos ilegais feitos até julho de 2008 e permite o plantio em encostas e criação de gado em topos de morro.  Prevê ainda a redução de 80% para 50% da área de Reserva Legal na Amazônia em casos de regularização.  Na hipótese de ser aprovado dessa forma pelo Senado, o código representará uma elevação de vegetação nativa não protegida, apenas em Mato Grosso, de 7 milhões para 11 milhões de hectares.


Logo que foi aprovado pela Câmara em maio de 2010, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) saudou o Código Florestal afirmando que "os valores ambientais serão respeitados" e que o país terá "regras para o uso e manejo da terra".


A conciliação do desenvolvimento do agronegócio com a preservação ambiental constitui um campo polêmico.  Algumas iniciativas setoriais, porém, apontam para possíveis soluções, com a adoção de técnicas de manejo sustentável - como plantio em mosaico e formação de corredores ecológicos.

A Embrapa, em parceria com pequenos agricultores, avança nesse terreno em busca de ações sustentáveis, promovendo um crescimento da agricultura orgânica na média de 40% ao ano.


"Uma das técnicas é o plantio em mosaico, onde os talhões de eucalipto estão entremeados por vegetação nativa.  Outra ação para a manutenção da biodiversidade é a formação de corredores ecológicos, onde os principais fragmentos de mata nativa são interligados, favorecendo a circulação da fauna silvestre e sua reprodução", explica Maurício Penteado, diretor de Operações Florestais da Suzano Papel e Celulose.


Segundo o diretor, a comparação entre espécies de eucalipto com outras essências florestais mostram que os plantios de eucalipto no Brasil consomem a mesma quantidade de água que as florestas nativas.  "Sua eficiência no aproveitamento da água garante maior produtividade quando comparado a outras culturas agrícolas", acrescenta.  Dados da Embrapa demonstram que entre 60% e 70% da água consumida no Brasil é destinada à agricultura, como ocorre em outros países.  "A parte florestal no Brasil é desprezível.  O reflorestamento comercial no país é de menos de 1%", diz Scanavaca Júnior.


Fonte: http://www.rondoniadinamica.com

2 de agosto de 2011

Desmatamento da Amazônia cresce 28% em junho

Um levantamento Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgado nesta terça-feira indica que o desmatamento da Amazônia avançou 28% em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado. O estudo também mostrou aumento nas áreas atingidas na comparação com maio de 2011.

Segundo o instituto, a área desmatada na Amazônia Legal em junho somou 312,69 km². O Pará foi o estado que mais desmatou, de acordo com o levantamento do órgão, com 119,63 km². Em junho de 2010, o desmatamento na região correspondia a 243,7 km². Já em maio deste ano, somava 267,94 km³.

Enquanto o desmatamento cresce, a morte de cinco ambientalistas na região Norte do país, registradas entre maio e junho, a maioria no Pará, levou o governo federal a anunciar uma ofensiva das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança Pública para investigar as mortes e conter a violência na região.

De acordo com o Inpe, o Mato Grosso, principal produtor de grãos do país, veio logo atrás com 81,54 km² de perda florestal em junho, à frente de Rondônia, cujo desmatamento somou 64,15 km². No final de maio, a Câmara dos Deputados aprovou uma reforma do Código Florestal. Na visão de ambientalistas, o texto aprovado na Câmara anistia produtores rurais que desmataram ilegalmente e pode incentivar novas perdas florestais.

Trechos do texto aprovado pelos deputados desagradam também ao governo da presidente Dilma Rousseff, que deve buscar mudanças na matéria quando ela for analisada pelo Senado. O Inpe informou que em junho deste ano 21% da área da Amazônia Legal - região formada por Acre, Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão - estava coberta por nuvens, o que impossibilitou a análise dos satélites. Em junho de 2010 essa área correspondia a 28% da Amazônia Legal.


Fonte: http://noticias.terra.com.br
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